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Aqui estão algumas das ferramentas que separei hoje pra você:

DeepSeek pode ter usado o Gemini do Google para treinar seu modelo mais recente

A startup chinesa DeepSeek lançou recentemente o modelo R1-0528, uma atualização de sua IA de raciocínio que obteve bom desempenho em benchmarks de matemática e programação. No entanto, levantaram-se suspeitas de que parte dos dados de treinamento desse modelo veio da família Gemini da Google. Desenvolvedores como Sam Paech e o criador do SpeechMap notaram semelhanças linguísticas e traços de “pensamento” típicos do Gemini, sugerindo uso da técnica de replicação comportamental de modelos mais poderosos. DeepSeek já havia sido acusada de práticas semelhantes com dados da OpenAI em versões anteriores.

A crescente contaminação da internet por conteúdo gerado por IA dificulta a filtragem de dados sintéticos, tornando plausível que modelos como o R1 absorvam traços de grandes sistemas como o Gemini. Empresas como OpenAI e Google têm endurecido regras de acesso e segurança, incluindo verificação de identidade e ocultação de marcas d’água para evitar esse tipo de extração. O episódio levanta questões éticas e estratégicas sobre competição na corrida global de IA, especialmente quando startups com menos acesso a GPUs buscam atalhos para escalar suas capacidades.

Claude 4 vira autor oficial do blog da Anthropic, com revisão humana

A Anthropic lançou uma iniciativa em que seu modelo Claude está escrevendo posts para o blog da empresa, com supervisão humana. A proposta é usar a própria IA para explicar suas funcionalidades, avanços e limitações de forma acessível, clara e, acima de tudo, transparente. Segundo a equipe, a IA faz os primeiros rascunhos com base em perguntas como “O que há de novo?” ou “Por que isso importa?”, e humanos ajustam para garantir precisão e tom institucional. A ideia é demonstrar como a IA pode atuar em comunicação técnica, ao mesmo tempo em que permite testar seus próprios limites em tarefas de linguagem natural.

Além de fornecer conteúdo de qualidade sobre suas ferramentas, o projeto também serve como um experimento prático de alinhamento e responsabilidade: tudo o que Claude escreve precisa passar por uma verificação editorial rigorosa antes de ser publicado. O movimento é simbólico num cenário onde empresas são pressionadas a serem mais transparentes sobre como suas IAs operam e tomam decisões. Com isso, a Anthropic tenta mostrar que uma IA pode não só ajudar no desenvolvimento de produtos, mas também participar da forma como eles são explicados e apresentados ao público.

Yoshua Bengio anuncia organização sem fins lucrativos para desenvolver IA 'honesta’

Com sede em Montreal, o instituto nasce com a missão de garantir que modelos de IA avancem respeitando valores humanos fundamentais, como justiça, transparência, privacidade e robustez. Diferente de iniciativas voltadas apenas para controle de riscos catastróficos, a LawZero foca em práticas de desenvolvimento que antecipem e mitiguem danos cotidianos, especialmente em aplicações amplas como LLMs e agentes autônomos.

Segundo Bengio, o objetivo é promover uma abordagem mais honesta da IA: que ela diga o que sabe, reconheça o que não sabe, e seja projetada com “limites epistêmicos” claros. A LawZero quer criar ferramentas abertas, realizar auditorias independentes e influenciar políticas públicas com base em evidências. O anúncio ocorre em meio a debates sobre regulamentação global da IA e a crescente pressão por padrões éticos mais rígidos. Na prática, Bengio aposta que um futuro com IA confiável só será possível se valores humanos forem integrados desde o código e não apenas nos termos de uso.

🇧🇷 Novidade do setor para o Brasil 🇧🇷

Mais notícias ao redor do mercado de IAs

Equipe de pesquisadores do MIT fundou a Themis AI para quantificar a incerteza do modelo de IA e abordar as lacunas de conhecimento

Pesquisadores do MIT anunciaram a Themis AI, uma spin-off focada em resolver um dos maiores problemas dos modelos de linguagem atuais: as chamadas "alucinações", quando uma IA inventa fatos com convicção. O grande diferencial da Themis está em seu mecanismo de "reconhecimento de ignorância", ela ensina os modelos a saber quando não sabem. Em vez de gerar uma resposta genérica ou imprecisa, a Themis permite que a IA sinalize sua incerteza com clareza, aumentando a confiabilidade das interações. A startup já está integrando essa tecnologia a sistemas usados em áreas críticas como jurídico, saúde e ciência, onde erros fabricados por IA podem gerar consequências sérias.

A abordagem combina técnicas estatísticas avançadas com aprendizado por reforço para quantificar a incerteza de cada resposta. O modelo não apenas escolhe se deve responder ou não, ele aprende a ponderar sua própria confiança em diferentes tipos de perguntas, com base em dados, contexto e histórico de performance. Isso representa um avanço significativo frente à lógica atual dos LLMs, que muitas vezes priorizam fluidez em vez de precisão. Ao dar à IA o poder de dizer “não sei”, a Themis propõe uma mudança de paradigma: do assistente todo-poderoso para o colaborador honesto, capaz de admitir limites.

A fundadora e CEO Yoon Kim, professora no MIT CSAIL, afirma que a Themis quer estabelecer um novo padrão de responsabilidade na IA, onde a transparência e a autoconsciência algorítmica sejam parte do design. Além de maior confiança, esse tipo de tecnologia pode facilitar auditorias, validações regulatórias e melhorar a colaboração homem-máquina em tarefas sensíveis. Em meio a um cenário global que exige mais explicabilidade e segurança nos sistemas de IA, a Themis aparece como uma resposta técnica e ética para o problema que mais desgasta a credibilidade dos chatbots: a certeza ilusória.

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